Cláudio Souza Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida Quem foi neste domingo (14) ao Centro Esportivo Casa do Jovem de Santana acompanhar o Festival de Natação viveu um dia especial, protagonizado por pessoas especiais. A emoção tomou conta das arquibancadas lotadas. Nem a chuva atrapalhou. Alias, as gotas que insistiam em cair do céu na manhã de outono se misturaram às lágrimas, aos gritos de incentivo, aos aplausos. Quem presenciou este momento não vai esquecer tão cedo (quem não viu pode conferir em vídeo no Facebook da Prefeitura). Na piscina, o jovem Itamar Saulo da Silva, 31 anos, portador de necessidade especiais, lutava para completar mais uma prova. Amparado por boias e por uma instrutora, mas principalmente pela força de vontade de quem supera as dificuldades e limitações que a vida lhe impõe desde que nasceu, Itamar só parou na linha de chegada, mais de um minuto após cair na água. Neste caso, no entanto, o tempo e o resultado são o que menos importam. A ovação vinda das arquibancadas e de todos que estavam acompanhando a competição são a comprovação de que Itamar é um exemplo para todos nós. Emoção sem fim Dono de um espírito livre, as limitações nas pernas e nos braços não o impedem de fazer o que mais gosta há 5 anos: nadar, seja com sol, seja com chuva. A emoção que ele proporcionou traz à memória uma cena ocorrida 35 anos atrás, nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, mas que até hoje permanece em nossas retinas. Quem não se lembra da imagem da maratonista suíça Gabrielle Andersen-Schiess? Completamente desidratada e desorientada pelo esforço no calor, além de estar com uma forte cãibra na perna esquerda, ela cambaleou nos últimos 200 metros da maratona levando 10 minutos para completá-los até cair desacordada nos braços dos médicos sobre a linha de chegada (o vídeo está disponível no Youtube). Nas arquibancadas do Estádio Olímpico e em televisões ligadas no mundo todo, bilhões de pessoas incentivaram, aplaudiram, vibraram, se emocionaram. Afinal, para Gabrielle e Itamar a briga não é pelo pódio. É por superar os próprios limites. Poucos se lembram da vencedora daquela maratona ou do nome de todos os competidores do Festival de Natação deste domingo em São José. Mas ninguém se esquecerá destes dois atletas exemplares, especiais, diferenciados, brilhantes, que protagonizaram histórias que só o esporte pode proporcionar. Motivação Se para quem estava nas arquibancadas da Centro Esportivo Casa do Jovem de Santana este domingo foi especial por poder presenciar a superação de Itamar, para ele não foi diferente. "Fiquei emocionado na piscina ao ouvir as pessoas me aplaudindo e gritando meu nome. Todo este incentivo me ajudou a completar a prova", disse Itamar. "Faço natação e participo de competições há 5 anos, mas foi a primeira vez que isto aconteceu. Fiquei muito feliz. O que aconteceu neste domingo vai me motivar ainda mais para continuar vivendo e nadando." Após a prova, já com a adrenalina normalizada, ele voltou de ônibus para casa, no bairro Taquari, na zona norte. Feliz por ter feito história, por emocionar as pessoas e se emocionar, por superar as barreiras e as limitações físicas, por ser especial. Saúde melhorada Mas os projetos de natação da Prefeitura de São José, como o Nadando Primeiro, não mudaram apenas a vida de Itamar. Com asma e bronquite desde que nasceu, Ruan Robert da Silva Alcântara, 8 anos, encontrou no esporte melhoria para sua saúde, motivação e uma futura profissão. "Desde que comecei a nadar, aos 3 anos de idade, melhorei muito da asma e da bronquite. Hoje, tenho menos crises. Comecei a nadar por questões de saúde, mas gostei tanto que quero ser nadador quando crescer", afirmou Ruan, que mora no Jaguari, na zona norte. "Não perco nenhuma competição, nem quando está chovendo como hoje. São duas coisas que nunca vou parar de fazer na minha vida: estudar e praticar esporte, principalmente natação." Reconhecimento Moradora do Monte Castelo, na região central, a dona de casa Maria do Carmo Rodrigues, 49 anos, também destacou a importância da natação e dos projetos desenvolvidos pela Prefeitura por meio da Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida. "Acordei e vi que estava chovendo, mas não podia deixar de vir competir. Tenho que honrar o esforço dos professores e treinadores da Prefeitura, que fazem um trabalho tão bonito e dedicado", disse Maria do Carmo, que participa dos projetos de natação municipais há 3 anos. Com tantas boas histórias, não resta dúvida: a natação joseense já se transformou em uma grande família. Festival A manhã deste domingo contou com a participação de alunos de natação de cinco unidades esportivas da Prefeitura. O Festival de Natação da Região Norte/Centro reuniu cerca de 300 atletas, das categorias pré-mirim até a de mais de 70 anos, no masculino e no feminino. É uma realização da Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida, da Prefeitura, por meio do Departamento de Atividades Esportivas Comunitárias. |