Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida

Oficinas de convivência por meio da prática do esporte, do lazer e da recreação são algumas das atividades oferecidas pelo Programa De Bem com a Vida da Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida de São José dos Campos. O programa retomou os atendimentos no último dia 14 de setembro, após o período mais crítico da pandemia, seguindo protocolos como distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel.

Professores de educação física desenvolvem atividades com pessoas com deficiência intelectual, social e múltiplas para estimular a coordenação motora, o raciocínio e o relacionamento interpessoal. Com o uso de objetos lúdicos e esportivos, levam alegria e bem-estar a inúmeras pessoas e suas famílias.

É assim com o locutor Lucas Ricardo Maestrellu, 25 anos, morador do Dom Pedro 2º, na região sul. Deficiente visual, ele frequenta a Associação Ágape há cerca de três anos. “É muito mais que interação com os colegas. Os exercícios me ajudam a desenvolver outros sentidos, como a concentração, o tato e a audição. A gente vai se exercitando cada dia mais”.



Para Lucas, o programa proporciona um convívio real e divertido. “É um ambiente de convívio real. Nessa era digital, o convívio acabou, mas nós estamos nos relacionando", afirmou o locutor.

"Todos juntos brincando e se divertindo. Hoje, as pessoas passam mais tempo na frente da tela do celular, mas o real é ficar frente a frente conversando com a pessoa e se divertindo”, completou.

Lucas trabalha como locutor, dá aulas de bateria e é completamente independente nas atividades do dia a dia. “Com disciplina e persistência, atingimos todos os nossos sonhos.”

Interação

O programa De Bem com a Vida também faz diferença na vida da diarista Maria das Graças Felicio Rodrigues, 46 anos, moradora do Jardim Pararangaba, na região leste de São José.

Mãe do jovem Ezequiel Felicio Martins, que tem 21 anos e deficiência intelectual, ela diz que a participação nas atividades reduz o estresse do filho e ajuda na interação. “Ele fica animado e focado. Ajuda na interação com as pessoas e melhora a convivência. Eu sinto que ele fica bem e feliz”, disse Maria das Graças.

Alegria

A Ágape atende 78 pessoas, que têm entre 12 e 59 anos, possuem deficiências múltiplas e recebem o apoio do De Bem com a Vida há cerca de onze anos.

“A alegria deles se reflete no melhoramento físico. A atividade esportiva traz alegria, prazer e dinâmica para o corpo”, afirmou a assistente social da Ágape Lindinalva Gomes de Souza.

No Caps (Centro de Atenção Psicossocial) do Bosque dos Eucaliptos, na região sul, a bocha é uma das atividades preferidas de Maria Alaíde Viana Rodrigues, conhecida como Brasa, 60 anos. Com quadro de esquizofrenia, Alaíde encontrou, nas atividades do De Bem com a Vida, momentos de alegria e interação.



“A gente fica deprimida em casa, mas quando nós chegamos aqui ganhamos disposição e alegria. Não estamos aqui só para pegar remédio, mas para encontrar os amigos, para viver e ser feliz”.

Professora do programa há dez anos, Maíra Pereira Rocha, disse que o trabalho proporciona um grande aprendizado. “Eu tenho muito amor por esse trabalho e levo essa experiência com pessoas com deficiência para minha vida. Todo dia é um aprendizado novo. Eles se superam o tempo todo e são grandes exemplos de vida para todos nós.”

Trabalho humanizado

Iniciado há mais de 20 anos, o De Bem com a Vida atende cerca de 20 instituições como asilos, casas de apoio à pessoa com deficiência (física, mental ou visual) e unidades de reabilitação de São José, tanto públicas quanto privadas. Antes da pandemia, em 2019, realizou 24.384 atendimentos.

O trabalho é realizado por 12 professores de educação física e quatro estagiários, que se dividem entre os atendimentos nos períodos da manhã e da tarde. O objetivo do programa é educar, entreter, recrear, ensinar e estimular a participação dos atendidos por meio de atividades físicas especiais com brinquedos adaptados, que misturam recreação com esporte e relacionamento interpessoal.