Wagner Matheus Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida Com 12 anos de atividade e 11 títulos paulistas, sendo um pentacampeonato conquistado neste ano, a equipe de malha de São José dos Campos mal sabia que sua participação nos Jogos Abertos do Interior, em Marília, ganharia tons de dramaticidade. Foi o que aconteceu. A equipe foi para a cancha na manhã desta sexta-feira (22) com a responsabilidade de conquistar mais nove pontos para São José dos Campos na luta pelo título contra Santos. Cada ponto ganho era valioso. E o time não decepcionou, vencendo Franca por 164 a 116 e dando a contribuição máxima para a campanha pelo tricampeonato. Poucos sabem, também, que a malha joseense viveu um momento delicado na semifinal do torneio, quando sua experiente dupla titular teve que se ausentar e coube a dois jovens reservas de 18 anos enfrentar Pindamonhangaba. Os dois encararam o desafio, venceram o adversário por 142 a 138 –diferença de uma malha no placar– e devolveram o time aos titulares já classificado para a final. Alívio O coordenador e técnico da equipe, Cláudio Alexandre Soares, define bem o que foi a campanha deste ano nos Jogos Abertos. “Nossa responsabilidade dobrou, por isso o título de campeã me tirou uns dois sacos de cimento das costas”, brinca. “Sinto muito orgulho por termos dado os primeiros nove pontos do dia decisivo para São José. Foi o resultado mais importante que consegui para a cidade em Jogos Abertos, por causa da necessidade que ela tinha desses pontos.” Para chegar ao título, a malha teve que se recuperar da derrota na primeira partida diante de Franca. Veio a obrigação de vencer Marília, o time da casa, e passar pela rival regional Pindamonhangaba. No reencontro com Franca na final, veio o bicampeonato nos Jogos, já que também havia vencido em 2018 na cidade de São Carlos. A malha joseense é uma das equipes pontuais que representam São José em campeonatos brasileiros, paulistas, Jogos Regionais e Abertos. Compete pela Assem (Associação dos Servidores Municipais), com apoio do Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) e da Cressem (Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores Públicos Municipais), e recursos do Fadenp (Fundo de Apoio ao Desporto Não Profissional), da Prefeitura de São José dos Campos. Tratando-se de uma equipe der alto rendimento, o descanso é sempre curto. Os seis integrantes da malha joseense –quatro titulares e dois reservas– decidem a final do Campeonato Paulista neste domingo (24) contra São Sebastião. Sangue novo Os colegas Ítalo Daniel e Wellington Alves, de 18 anos de idade, nunca poderiam imaginar que, poucos anos depois de começaram a jogar juntos na escola em que estudavam, em Pindamonhangaba, teriam pela frente a equipe daquela cidade em uma semifinal de Jogos Abertos. “Começamos a jogar lá por causa de um amigo que já curtia a malha. Aí, nos intervalos das aulas colocávamos tubinhos de cola no pátio servindo como pinos e tentávamos derrubar”, explica Wellington. “Queria pegar Pinda em uma final, mas não sabia que a semifinal seria tão importante. Deu muito nervosismo no início, mas depois a gente foi se tranquilizando”, conta Ítalo, sobre a missão de terem que substituir os titulares por causa de um imprevisto. Coisa de família A dupla titular substituída pelos jovens foi nada menos que os experientes irmãos Jefferson Tadeu de Souza, 43 anos, e Jorgeson Eduardo de Souza, 28. Os dois representam o típico praticante de malha, alguém que segue uma tradição familiar. No caso dos dois irmãos, tudo começou com o avô, que era fundador e presidente de um clube de malha no bairro paulistano de São Matheus. “Comecei a jogar com oito anos de idade e o Jorgeson ainda mais cedo, com seis, devido a essa tradição familiar”, conta Jefferson. “Só fomos jogar juntos em 2005 e, há quatro anos, defendemos São José dos Campos com resultados bastante positivos nas principais competições.” Segundo Jorgeson, a presença da família na malha não vai parar por aí. “Tenho um filho de seis anos que já começou a jogar”, fala, com orgulho. Afinal, os irmãos Souza já estão habituados com a nova geração, tendo os dois garotos de 18 anos na mesma equipe: “Os meninos mostraram que podem segurar a onda”. |